terça-feira, 11 de setembro de 2012

Bairros de Manaus #4: São José Operário

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E o bairro de hoje é reconhecido como um dos maiores de Manaus, por sua população, comércio e vida social. Localizado na Zona Leste da cidade, o São José certamente ainda padece com alguns problemas decorrentes de seu crescimento não-planejado, mas aos poucos configura-se como uma referência em comércio, negócios, vida noturna e moradia.

Viaduto do São José

A área onde hoje está localizado o São José Operário começou a ser ocupada entre o final da década de 1970 e início da de 1980, sendo o segundo bairro a surgir na atual Zona Leste de Manaus. Seus primeiros moradores eram, em grande número, oriundos de outros municípios do Amazonas, ribeirinhos em busca de oportunidades na Zona Franca, e também da periferia da cidade. 


A ocupação da área foi marcada por lutas pela posse das terras e envolveram moradores, grileiros, partidos políticos e o poder público, já que havia controvérsias sobre a titularidade dos terrenos. Assim como em toda a Zona Leste, área urbana iniciada a partir da invasão das terras pertencentes à Ufam (Universidade Federal do Amazonas), que deu origem ao bairro do Coroado, os primeiros ocupantes do São José sofreram violências, tanto por parte de jagunços, a mando de grileiros, quanto do poder público, através das forças policiais. 

Os primórdios do São José

No entanto, foi o poder público que buscou solucionar o conflito na área ao fazer a desapropriação das terras e o loteamento, criando o bairro de São José Operário. A iniciativa foi obra do governador José Lindoso e do prefeito de Manaus, José Fernandes. 

Em junho de 1980 é oficializado o bairro de São José Operário, dividido em lotes medindo oito metros por vinte, distribuídos às famílias carentes, que precisavam comprovar não possuir nenhuma propriedade, ter baixo nível de renda e residir há pelo menos dois anos em Manaus. 

Para dar característica de loteamento, eram cobradas dos sorteados dos terrenos prestações nunca superiores a 10% do salário mínimo da época, conforme informou o então prefeito José Fernandes, em seu livro de prestação de contas ?Retrospectiva 79/80?, NO qual explica sua administração na Prefeitura de Manaus. 

O ex-prefeito afirma que criar o São José Operário foi um sonho pessoal realizado. Se sonho, ou não, o certo é que o bairro foi abençoado pelo cardeal Dom Agnelo Rossi, então prefeito da Congregação da Fé da Cúria Romana, em nome do papa João Paulo II, quando ambos estiveram em visita a Manaus, em 1980. 

A tentativa de urbanização da primeira etapa do bairro foi concluída em 1981, com cerca de quarenta mil pessoas instaladas em lotes com o mínimo de infraestrutura.

Assentamento desordenado 

O  projeto de urbanização não foi capaz de frear AS invasões às áreas próximas ao novo bairro, tendo a prefeitura iniciado, em 1982, a segunda etapa do São José, mas num processo desorganizado, que resultou num assentamento com pouquíssima infraestrutura.

Desta vez, o loteamento serviu para abrigar famílias que invadiram áreas da Serra Azul, NO Parque Dez, e do Igarapé do 40. Devido à falta de transporte coletivo, muitos moradores do bairro caminhavam até a alameda Cosme Ferreira para conseguir se deslocar a outros bairros. 

A propriedade das terras do bairro foi questionada pelo empresário Paulo Farias, dono de uma imobiliária famosa por grilar terras em Manaus e travar disputas acirradas com a irmã salesiana Helena Augusta Walcott, na época a maior incentivadora das invasões na cidade.

A luta intensa pela posse das terras em torno do bairro produziu um mártir, o jovem Altenor Cavalcante Araújo, 14 anos, morador do Mauazinho, morto no conflito entre invasores e seguranças do senhor Paulo Farias, o maior grileiro de cidade, que se intitulava proprietário da área, num LOCAL onde hoje está localizado o bairro Armando Mendes, uma vez que então toda a região era denominada São José. 

Recente reintegração de terras

O conflito pela posse das terras se estende ainda até setembro de 1986, quando cerca de 300 famílias, organizadas por militantes do PCdoB, invadem a área destinada à 3º etapa do bairro São José Operário. NO LOCAL havia ruas asfaltadas, meio-fio, loteamentos com buracos para fossas assépticas, mas a demora na distribuição dos terrenos levou a nova onda de invasão por ribeirinhos e moradores da periferia de Manaus.

Nesta época, o bairro já comportava praticamente um terço da população pobre da cidade de Manaus, com os moradores obtendo sua renda basicamente através do comércio ou da indústria LOCAL e, também, por meio de comércio informal.

Serviços públicos 

Atualmente, o bairro comporta certa quantidade de prédios públicos: há um posto do corpo de bombeiros, a 9ª DP, um posto do Prato Cidadão, implantado em 2004, um posto dos Correios, um posto S.O.S Manaus, a policlínica Zeno Lazini, o pronto-socorro João Lucio e a maternidade Ana Braga. 

Ainda hoje a Semosb (Secretaria Municipal de Obras) mantém NO bairro um posto para regularizar AS moradias que ainda não receberam o título definitivo de propriedade. 

O bairro tem boa representação política através de suas associações populares, como a Associação Amigos do São José Operário e o Clube das Mães. 

A associação realiza reuniões quinzenais e, uma vez ao mês, ocorre reunião geral, para debater problemas do bairro. A associação realiza cursos profissionalizantes de artesanato, corte e costura, computação, entre outros. Segundo o presidente da associação, Vicente Prata, o desemprego é um dos problemas mais preocupante da comunidade.

O São José também apresenta hoje rasoável nível da urbanização, com os shoppings São José e Grande Circular, e agências da Caixa Econômica Federal, Bradesco, Banco do Brasil, Unibanco, inúmeras drogarias e grandes rede de lojas.

O principal shopping do São José

Na área de lazer, os moradores dispõem de campos de futebol, o ginásio do Zezão e a Associação da Grande Família, escola de samba do bairro, que apresenta desfiles NO carnaval da cidade anualmente. Chama atenção também a agitada vida noturna do bairro, com suas muitas boates, casas de forró e bares, voltados para um público D e E.

Escola de Samba a Grande Famíla, campeã do carnaval por vários anos


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